Morte de Paulo Onça altera acusação contra comerciante, que agora deve responder por homicídio qualificado
O comerciante Adeilson Duque Fonseca, de 49 anos, será julgado nesta sexta-feira (30) por espancar o cantor e compositor Paulo Juvêncio de Melo Israel, o Paulo Onça, de 62 anos. Com a morte do artista na última segunda-feira (26), no Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), a acusação contra Adeilson deverá ser alterada de tentativa de homicídio para homicídio qualificado.
Paulo Onça estava internado desde dezembro de 2024, após sofrer agressões em uma briga de trânsito no bairro Praça 14 de Janeiro, zona Centro-Sul de Manaus. A discussão começou após uma colisão entre os veículos dos envolvidos, no cruzamento da avenida Major Gabriel.
A audiência de instrução e julgamento ocorrerá na 1ª Vara do Tribunal do Júri. Segundo o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), o comerciante está preso desde o dia dos fatos. A denúncia inicial, apresentada pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) e assinada pelo promotor Marcelo Bitarães, já o acusa de tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. Com o falecimento de Onça, o MP deverá apresentar um aditamento à denúncia, para enquadrar o caso como homicídio consumado.
Legado e despedidas
A morte de Paulo Onça causou grande comoção na cena cultural do Amazonas e entre sambistas de todo o país. O artista, com mais de quatro décadas de carreira, era conhecido por suas 130 composições, muitas delas gravadas por nomes como Jorge Aragão, Leci Brandão e Exaltasamba.
O velório teve início ainda na madrugada de terça-feira (27), na quadra da escola de samba Vitória Régia, no bairro Centro. O sepultamento está previsto para as 16h no Cemitério São João Batista, na zona Centro-Sul da capital.
Diversas instituições e artistas se manifestaram publicamente. Entre eles, o cantor Zeca Pagodinho, a escola de samba Acadêmicos do Grande Rio, o Governo do Amazonas e a Prefeitura de Manaus, todos destacando a importância de Paulo Onça para o samba e a cultura brasileira.
Texto: Redação
Imagem: Reprodução