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Produção científica dos países do Brics cresce 10 vezes entre 2000 e 2024, mas Brasil fica para trás

Produção científica dos países do Brics cresce 10 vezes entre 2000 e 2024, mas Brasil fica para trás

Entre 2000 e 2024, a produção científica dos países do Brics — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — nas principais revistas internacionais cresceu mais de dez vezes, segundo levantamento do professor Odir Dellagostin, da Universidade Federal de Pelotas, com base na base Scopus.

Apesar do crescimento acelerado até 2021, a participação do Brasil segue muito abaixo dos seus pares do bloco. Em 2024, embora o país tenha publicado quase 100 mil artigos, esse número representa uma fração diante dos mais de 2 milhões produzidos pelos cientistas dos demais membros do Brics. A produção brasileira até sofreu leve alta em 2024, mas ainda caiu 10,1% desde 2021, enquanto países como Índia, China e Emirados Árabes tiveram saltos entre 20% e 60%.

Dellagostin aponta que essa desaceleração brasileira está ligada a fatores como cortes no financiamento, fechamento de laboratórios durante a pandemia e um ambiente de desvalorização da ciência no país, o que afeta a motivação dos pesquisadores. Outro desafio é a oferta limitada de carreiras científicas formais para doutores, cuja absorção pelo mercado não acompanha a formação crescente.

Além disso, o Brasil ainda mantém poucas parcerias científicas com outros países do Brics, preferindo colaborações com Estados Unidos e Europa. O professor defende que o país direcione mais esforços para a Ásia, que já lidera a produção global, e sugere a criação de um conselho de pesquisa conjunto entre os países do bloco, inspirado no modelo do European Research Council, para fortalecer a cooperação científica entre essas nações.

Texto: Redação
Imagem: freepik

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