Prefeito tenta mediar greve, mas aponta aumento da passagem como única solução viável
Diante da paralisação do transporte coletivo em Manaus, o prefeito David Almeida afirmou nesta quarta-feira (16) que a Prefeitura atua como mediadora no impasse entre rodoviários e empresários. No entanto, sinalizou que o reajuste da tarifa de ônibus — dos atuais R$ 4,50 para R$ 5 — seria, segundo ele, a única alternativa possível para atender às reivindicações dos trabalhadores.
A declaração foi dada durante uma rápida entrevista à imprensa, em que Almeida afirmou que o município não pode se posicionar completamente a favor de nenhum dos lados, por se tratar de uma “briga entre patrão e funcionário”. Apesar disso, a principal proposta apresentada pela gestão municipal foi o aumento da tarifa, que, na prática, recai sobre os usuários do transporte público.
Segundo o prefeito, a dificuldade de avanço nas negociações ocorre pela ausência de consenso entre os envolvidos. Ele também afirmou que a Prefeitura está limitada em sua atuação por questões legais, e que o reajuste salarial da categoria depende diretamente da autorização para o aumento da passagem — o que foi barrado pelo Ministério Público do Amazonas em fevereiro.
Sobre a retirada dos cobradores, o chefe do Executivo disse ser contra a extinção total e imediata da função, defendendo uma transição gradativa para o modelo digital. De acordo com ele, o pagamento em dinheiro ainda ocorre na capital, e, por isso, a Prefeitura não apoia a demissão dos trabalhadores, mas sim a realocação deles nas empresas.
Aumento da tarifa e impasse judicial
David Almeida voltou a justificar o pedido de reajuste da passagem com base em aumentos realizados em outras capitais. Segundo ele, o valor de R$ 5 é necessário para garantir o reajuste de 12% reivindicado pelos rodoviários, além de melhorias na cesta básica. No entanto, o Ministério Público questionou a metodologia usada para calcular os subsídios, o que mantém a tarifa congelada até nova decisão.
“Só pode ser dado o aumento para os rodoviários se tiver o aumento da passagem”, disse o prefeito. Ele acredita que um acordo pode ser firmado nos próximos dias.
Enquanto isso, estudantes e trabalhadores enfrentam dificuldades para se locomover, especialmente os que não têm acesso a meios de transporte alternativos. A situação, que expõe a fragilidade da estrutura do transporte público na capital, ainda depende de desdobramentos jurídicos e políticos para ser resolvida.
Texto: Redação
Imagem: Paulo Bindá




