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Economia: tarifas dos EUA podem reduzir PIB do Brasil em 0,3 ponto em 2025 e 0,5 ponto em 2026

Economia: tarifas dos EUA podem reduzir PIB do Brasil em 0,3 ponto em 2025 e 0,5 ponto em 2026

A XP Investimentos avalia que a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos, com início em 1º de agosto, deve impactar a economia brasileira via balança comercial e condições financeiras mais apertadas.

As tarifas podem reduzir o crescimento do PIB em 0,30 ponto percentual em 2025 e 0,50 ponto percentual em 2026, com as exportações brasileiras para os EUA recuando US$ 6,5 bilhões em 2025 e US$ 16,5 bilhões em 2026.

As exportações brasileiras para os EUA correspondem a cerca de 1,9% do PIB, sendo que aproximadamente 40% deste total é de produtos manufaturados com baixa possibilidade de serem direcionados para outros mercados, o que implica impacto desigual entre setores.

No caso da carne bovina, o redirecionamento para outros mercados pode limitar o impacto negativo, mas para aeronaves o choque será mais significativo devido à dependência dos EUA como destino. O impacto direto das tarifas sobre o PIB, via comércio, deve ser de aproximadamente 0,3 ponto percentual em 2025, considerando vendas antecipadas em julho e vigência das tarifas entre agosto e dezembro.

Há possibilidade de efeito adicional devido a condições financeiras mais rígidas, o que pode amplificar o impacto econômico, dependendo da resposta do governo brasileiro e da evolução do conflito comercial.

Sobre a inflação, a XP não prevê impacto material, a menos que o Brasil adote medidas de retaliação que aumentem os custos de produção em setores como químicos, farmacêuticos e transporte, especialmente por conta do custo dos combustíveis.

Parte desses insumos pode ser substituída por produção nacional ou fornecedores alternativos, dificultando a quantificação precisa do impacto líquido.

Cerca de 3% da gasolina e 5% do diesel consumidos no país vêm dos EUA, sendo a substituição viável; porém, no setor de aviação, entre 10% e 15% do querosene de aviação consumido tem origem americana.

Caso não haja alternativa de fornecimento e os preços das passagens aéreas subam proporcionalmente, o impacto no IPCA seria de cerca de 5 pontos-base, além da dependência estrutural em aeronaves americanas que pode pressionar ainda mais esses preços.

O câmbio é apontado como principal canal de preocupação inflacionária. A valorização recente do real ajudou a conter pressões inflacionárias, mas esse cenário pode mudar se o risco aumentar por tensões comerciais.

A elasticidade de repasse cambial é estimada em 0,90 ponto percentual no IPCA ao longo de quatro trimestres, o que indica que o efeito negativo no PIB provavelmente não compensará o impacto inflacionário de uma eventual desvalorização do real.

Texto: Redação com informações de Infomoney
Imagem: Shutterstock

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