Novo relatório da Human Rights Watch critica aliados que forneceram armas aos israelenses
As forças israelenses atacaram locais conhecidos de trabalhadores humanitários em Gaza pelo menos oito vezes desde 7 de outubro, apesar de agências fornecerem suas coordenadas “para garantir sua proteção”, disse a Human Rights Watch (HRW).
Pelo menos 15 pessoas, incluindo duas crianças, foram mortas nos oito ataques, informou a HRW em um relatório nesta terça-feira (14). As autoridades israelenses não emitiram aviso prévio a nenhuma das organizações de socorro antes dos disparos, alegou a HRW.
Um dos ataques – em 18 de janeiro – provavelmente foi realizado com uma munição fabricada pelos EUA que incluiu componentes britânicos, disse a ONG britânica Medical Aid for Palestinians, citando inspetores da ONU. A bomba foi entregue por um avião F-16.
Os governos que continuam a fornecer armas ao governo israelense correm o risco de cumplicidade em “crimes de guerra”, acrescentou a HRW.
Os oito ataques “revelam falhas fundamentais com o chamado sistema de desconexão, destinado a proteger os trabalhadores humanitários”, de acordo com o relatório.
Funcionários de 11 organizações humanitárias e agências da ONU em Gaza disseram à HRW que os ataques israelenses aos trabalhadores humanitários “os forçaram a tomar várias medidas”, incluindo suspender ou “restringir severamente” as operações e reduzir os funcionários no enclave. A ONU informou que 254 trabalhadores humanitários foram mortos em Gaza desde outubro.
“As autoridades israelenses estão deliberadamente bloqueando a entrega de água, alimentos e combustível, impedindo deliberadamente a assistência humanitária, aparentemente destruindo áreas agrícolas e privando a população civil de objetos indispensáveis à sua sobrevivência.”
A CNN pediu às Forças de Defesa de Israel uma resposta ao relatório da HRW.