Abraciclo e líderes do Amazonas apostam na negociação para evitar impactos das tarifas americanas em agosto
O presidente da Abraciclo, Marcos Bento, manifestou otimismo diante da tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras, especialmente as motocicletas produzidas majoritariamente no Polo Industrial de Manaus (PIM). Bento ressaltou que, embora ainda seja cedo para mensurar os impactos exatos, as montadoras já estudam o efeito da medida prevista para entrar em vigor em 1º de agosto. Ele acredita que um acordo será buscado entre os governos para evitar aumentos tarifários e garantir a continuidade do comércio bilateral.
Os números do setor mostram crescimento nas exportações: entre janeiro e junho de 2025, foram embarcadas 18,6 mil motocicletas brasileiras, um aumento de 18,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os Estados Unidos figuram como o terceiro maior destino das motos nacionais, com 3,4 mil unidades vendidas — alta de 3% — atrás apenas da Argentina e da Colômbia, mercados que registraram incrementos expressivos.
O cenário local também é acompanhado de perto por entidades como o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam) e a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam). O Cieam avalia que o impacto direto nas exportações do PIM tende a ser moderado, mas alerta para riscos maiores nas importações, já que a região depende significativamente dos insumos americanos, principalmente polímeros para a indústria termoplástica, essenciais à produção local.
Nelson Azevedo, vice-presidente da Fieam, destacou que a imposição das tarifas é um desafio que distorce o comércio internacional e pode prejudicar a internacionalização das indústrias na Zona Franca de Manaus, onde os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial, mesmo não sendo o principal destino das exportações.
Do lado do comércio, o presidente da Fecomércio-AM, Aderson Frota, aponta que as medidas têm mais cunho político do que econômico e que os Estados Unidos devem recuar diante do diálogo com o governo brasileiro. Frota acredita que a Zona Franca de Manaus está preparada para enfrentar essas tensões e que o superávit comercial americano frente ao Brasil torna improvável a manutenção rígida dessas tarifas a longo prazo.
Texto: Redação
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